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Laranjeiras do Sul, 17 de Novembro de 2025.
A tragédia que assolou Rio Bonito do Iguaçu em 7 de novembro de 2025, com a fúria de um tornado, revelou não apenas a fragilidade da vida diante da natureza, mas também a oportunidade – a nefasta chance que alguns políticos enxergam no infortúnio alheio para erguer seu próprio púlpito eleitoral. Neste cenário de destroços e solidariedade genuína, a figura do vereador Edilson Possera de Chopinzinho emerge como um estudo de caso da ambiguidade política: veio para ajudar ou, primariamente, para capitalizar?
O ato de deslocar-se de sua cidade para prestar auxílio já o coloca na valiosa categoria dos "bem-intencionados". No entanto, a energia despendida em tecer uma narrativa de ataque ao governo municipal de Rio Bonito do Iguaçu — especialmente no calor da comoção e desorganização iniciais — sugere que o vereador não estava apenas de luto pela tragédia, mas também faminto por holofotes.
A polêmica em torno da remoção de uma barraca de voluntários próxima à igreja é o exemplo mais ácido desse oportunismo. O vereador, em um vídeo lançado nas redes sociais, disparou a metralhadora da crítica, implicando um suposto boicote ou descaso do poder executivo local. A encenação estava completa: de um lado, o herói da causa voluntária; do outro, a burocracia insensível do governo.
🚨 Fatos vs. Fricção Política
A Defesa Civil do Paraná, por sua vez, veio a público e tratou de esfriar a cabeça quente do vereador, explicando que a realocação dos voluntários não era um ato de boicote, mas uma medida de segurança. Em situações de calamidade, a coordenação logística é vital, e pontos de apoio não podem, em hipótese alguma, se tornar novos focos de risco ou desorganização. A prioridade não é a popularidade do ponto de coleta, mas sim a segurança de quem ajuda e a eficiência da ajuda.
⚖️ O Veredito Ácido
A pergunta que fica — homem bem-intencionado ou político oportunista? — tende perigosamente para a segunda opção. Um político verdadeiramente bem-intencionado, ao ser confrontado com o que parece ser um erro do governo, buscaria a solução e o diálogo nos bastidores, especialmente em um momento de crise. Ele tentaria resolver o problema, não filmar a briga.
Ao optar pela exposição máxima e pelo ataque frontal em suas redes, mesmo após a explicação sensata da Defesa Civil, o vereador Edilson Possera confirmou o pior dos receios: a crise humanitária é apenas um veículo para o ganho político. O que se esperava era a mão que ajuda; o que se viu foi a boca que incita a discórdia. A sua presença, que deveria ser um reforço logístico, transformou-se em ruído político no meio do caos, o que é, no mínimo, um desserviço à comunidade atingida.
Considerando que, durante a visita de nossa equipe a Rio Bonito do Iguaçu/PR, não foi possível encontrar o mencionado vereador, desde já deixamos o espaço aberto para seu direito de resposta, caso ele tenha interesse.
